domingo, 23 de novembro de 2008

Padeiro à porta...



No princípio dos anos quarenta, estes jovens palmilhavam largos quilómetros, por caminhos que as botas iam traçando, para irem levar o pão que se cozia na padaria no Colmeal.
Nesta fotografia, tirada à porta do Ti Benjamim, estão demasiado "pinocas", pelo que facilmente se depreende que a recreação foi mesmo só para a fotografia... No entanto a vida era dura e o fato de trabalho era outro.
Manuel Duarte de Almeida, o jovial padeiro à esquerda na foto, com Fernando Simões, recordou-nos a "volta" que fazia para levar o pão aos clientes.
Manhã cedo, saía do Colmeal com 150 pães no canastro às costas. Ia direito ao Soito, passava por Carrimá, Vale da Presa, vendia três pães nuns Casais frente à Malhada e subia às Boiças. Depois seguia-se o Ceiroquinho e Fajão, já no concelho da Pampilhosa da Serra. Se vendesse tudo até Fajão, a volta estava feita e o regresso ao Colmeal era mais cedo. Caso contrário, havia que tentar vender o resto em Ponte de Fajão, Relvas da Teixeira, Castanheira, Cepos e finalmente o regresso a casa, lá para as oito da noite.
Esta volta era feita duas vezes por semana. Hoje, feita por estrada, andaria pelos dezanove quilómetros. Mas hoje, seria muito menos fatigante, sem os 150 pães às costas.
Com um padeiro tão bem parecido, era muito natural que as moçoilas esperassem ansiosas pela chegada do pão fresco... pelo menos foi o que nos constou...

Foto cedida por Lurdes Iria

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