segunda-feira, 3 de março de 2008

Cimo do Lugar


Há sessenta anos... o Cimo do Lugar era assim.
Casario negro, de pedra aparelhada uma a uma para um encaixe perfeito, unidas pelo barro vermelho.
Onde se viam aqueles buracos, mais ou menos quadrados, que tinham servido para segurar os andaimes.
Não havia ainda o ar condicionado...
Telhados de lousa que de tempos a tempos necessitavam de ser "virados". Às vezes deixavam uma arreliadora "bica" para dentro de casa, mas que um alguidar ou um balde resolvia. Não se colocava o problema de poder haver um curto circuito...
Não havia casas grandes e casas pequenas. Havia uma certa uniformidade no tamanho, porque as posses de cada um não permitiam ir mais longe. E quando a fotografia foi tirada dos Chães... quantos anos estas casas já não teriam?...
Reconhecem-se as casas da Ti Rosa, da Ti Augusta do Quelho, do ti Zé do Quintal, da Ti Inocência Fava-Rica, de Joaquim Francisco Neves, do ti Zé d'Aldeia Velha, entre outras.
A casa grande que se vê em baixo, a antiga padaria, é hoje um monte de ruínas.
Na terra de cultivo, em primeiro plano, algumas canoulas de milho indiciam que as descamisadas e as debulhas não deveriam ter sido há muito tempo.
Eu ainda me lembro do Colmeal tal como está na fotografia.
E das pessoas simples que habitavam estas casas negras... há sessenta anos.

A.S.

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