Recordações do passado (II)

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Verão de 1949. Festa no Colmeal.
Largo cheio de forasteiros todos janotas com os seus fatos domingueiros. E elas com as suas roupas alvas próprias para um dia de festa. As aldeias despovoavam-se em redor.
Cestas no chão já despojadas do farnel ou das oferendas trazidas de longe para o Santo da sua devoção.
Banda da música. Bandeiras a enfeitar. De lado a lado.
Pares em dança de roda, talvez num fado mandado.
No tempo em que havia boas cantadeiras. Eles não se ficavam atrás.
Guitarras, violas, concertina, tudo servia para animar a festa. A desgarrada era inevitável.
De manhã cedo, pelos caminhos poeirentos vinha-se afinando a voz. Depois, alta madrugada... "vinha-se da festa...".
Largo da Fonte, pequeno naquele tempo.
Revemos ao fundo uma latada do "ti Joaquim Pinto", emigrante que foi nos Estados Unidos, onde se jogavam as cartas quando as lides no campo o permitiam.
O telheiro do "ti Benjamim" é bem visível... hoje apenas uma recordação para os mais antigos.
Em primeiro plano, um jovem ostentando com orgulho o seu chapéu de feltro e a fita branca da sua primeira comunhão.
Era assim a Festa no Colmeal.

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