quinta-feira, 6 de março de 2008

Lavando no rio...


Há um ano atrás a imprensa regional publicava esta fotografia, encontrada nos nossos baús de recordações.
No tempo em que ainda se lavava no rio… com água corrente e sem amaciador.
Algumas pedras, lisas e de tanto batidas, se as enchentes as não levaram, estarão por lá, talvez perguntando por que se esqueceram delas.
Reconhecemos em pé, duas grandes mulheres já desaparecidas.
Maria Preciosa e Maria Adelaide Reis.
Pessoas simples, trabalhadoras incansáveis, casadas que foram com dois pequenos grandes “Homens da União” – Joaquim Luíz e António Nunes dos Reis.
Numa época difícil atravessada pela I Guerra Mundial, criaram respectivamente, dois e quatro filhos, no tempo em que os filhos se criavam independentemente das condições de vida em cada casa. Casa que muita vez era repartida e partilhada com outros parentes e conterrâneos que demandavam a cidade à procura de melhores proventos.
Tempo de senhas de racionamento, de filas para os abastecimentos.
Mas tempo em que nunca faltava a solidariedade. Havia sempre uma côdea de pão, mesmo que rijo fosse. Uma malga de sopa ou de fava-rica para “enganar” o estômago.
Nestes tempos idos, só os homens “andavam” pelo Regionalismo.
E assim, é natural que só os filhos homens aparecessem a lutar pelo que consideravam justo e necessário para as suas aldeias.
António Luís Nunes Duarte e Joaquim Luís Pinto, ainda hoje a colaborarem com a União, são um exemplo perfeito de transmissão de genes de pai para filhos.
Armando Nunes dos Reis (falecido em 2006) e Horácio Nunes dos Reis, felizmente ainda entre nós, outros dois bons e enormes exemplos de longevidade a servirem a União e o regionalismo serrano.
Exemplos a serem pensados, aplaudidos e seguidos pelos mais novos.
Estes “Homens da União” nunca regatearam esforços nem nunca denotaram cansaço.
Vamos continuar a remexer nos nossos baús. Outros exemplos hão-de surgir.

A. Santos

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pelo estupendo trabalho que estão a fazer. De pesquisa e ao mesmo tempo de reconhecimento pelo que tem sido feito pela União, pelo Colmeal e pela freguesia.
"Homens da União", de ontem e de hoje, continuem.
Desânimo é palavra que não se encontra no dicionáro de um regionalista.
Um Colmealense

9 de Dezembro de 2007 20:43